Bastou o anúncio
de que a atual presidente Dilma (PT) permanecerá no poder por mais quatro anos,
após uma acirrada disputa eleitoral – na qual ela venceu o candidato Aécio
Neves (PSDB) com 51,64% do total de votos contra 48,36% de eleitores que
votaram no candidato do PSDB – para o mercado financeiro sofrer um abalo. No
dia seguinte às eleições, o Índice Bovespa já havia caído 2,77% e a cotação do
dólar havia registrado uma alta de 2,5%, chegando a R$ 2,52. Já as ações da
Petrobrás caíram 12%, indicando a maior queda desde 2008.
É fato que
a inflação atual próxima ao teto da meta, de 6,5%, é um dos componentes
econômicos altamente influenciadores para espantar investidores. Todavia, mesmo
com tal panorama, é possível detectar certo exagero por parte do empresariado
brasileiro, o que acabou contaminando o cenário internacional e contribuindo
assim para assustar investidores internacionais.
Tudo bem
que a economia atual está se desenvolvendo a níveis bem aquém do esperado e que
a reeleição de Dilma pode balançar o mercado financeiro negativamente, mas daí
a prever um cenário apocalíptico existe uma grande diferença. Pois, se fosse
assim, o Brasil não seria hoje a sétima economia do mundo, segundo o FMI e o Banco
Mundial, e a segunda maior do continente americano (atrás apenas dos EUA).
Porém, existe
um ponto crucial que precisa ser fortemente estimulado pelo governo e cuja
desatenção pode estar contribuindo para gerar esta imagem econômica
apocalíptica: o incentivo à competitividade empresarial e consequente elevação
da produtividade para a economia brasileira, que no momento carece do aumento
da produção.
O chamado
capitalismo corporativista brasileiro – que ao contrário do capitalismo de
mercado, não está voltado para o mercado e sim unicamente para as grandes
corporações – revela-se muito cruel para as pequenas empresas que desejam se
expandir economicamente. Infelizmente, este é um quadro ainda muito presente no
Brasil: a proximidade ilícita de empresas poderosas aos governos, em todas as
esferas. Tomemos como exemplo o caso da Petrobrás, na qual inúmeras empresas
fecharam contratos milionários com a estatal para a realização de obras, em
troca do pagamento de propinas a políticos.
Sendo assim,
é preciso que haja uma política transparente e, para isso, uma
rigidez dos órgãos de fiscalização política para que realmente sejam eficazes
no indiciamento de corruptos, permitindo que todos os empresários tenham
direito de crescer no mercado e sejam escolhidos pelo governo para investir no
crescimento do Brasil de forma digna e não por meio ilícito – pois este sim é o
verdadeiro apocalipse da economia brasileira.
Por Mariana da Cruz Mascarenhas
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