Aumento de
impostos, interrupção de energia, racionamento de água, etc.: o Brasil não
enfrenta um momento fácil. Mal a presidente Dilma comemorou sua reeleição e já anuncia
uma série de aumentos para 2015, desagradando uma parcela da população
brasileira que a taxou de mentirosa – já que, durante as eleições, ela prometeu
poupar o bolso dos brasileiros. Todavia, não foi o que aconteceu.
O fato é
que o Brasil enfrenta uma estagnação econômica acirrada pela desvalorização do
real e queda de investimentos. Algo semelhante assolou muitos países europeus, que
somente agora estão conseguindo se recuperar da recessão de 2008 graças à
austeridade fiscal: o corte de determinados benefícios e a elevação de impostos
– tão temidos principalmente pelos políticos, que não querem se queimar com os
cidadãos –, que agora se faz necessário num momento em que o caixa brasileiro
carece de recursos para investimentos urgentes, mormente nos setores mais
carentes como saneamento, segurança e transportes.
Óbvio que parte
da culpa de tais medidas cabe a presidente Dilma e aos demais governantes. A
falta de planejamento das autoridades foi justamente um dos principais fatores
que levou o país a tal situação. Recentemente, o fomento ao crédito promovido
pelo governo federal aqueceu o comércio e a produção, todavia a falta de
investimentos do setor na produtividade fez com que a demanda de produtos ultrapassasse
a oferta, encarecendo-os.
A falta de
planejamento nos últimos 20 anos afetou outros setores, como o energético: hidrelétricas
diminuíram a oferta de energia, face à estiagem. Assim, o país priorizou o uso
das termelétricas, que são mais caras e cujo impacto virá nas contas de luz dos
cidadãos, sem falar na poluição ambiental – geram eletricidade a partir da
queima de combustíveis fósseis. Solução melhor seria investir em fontes
alternativas de energia, como a solar e a eólica.
Outro
exemplo da falta de organização está na gestão do governador de São Paulo,
Geraldo Alckmin, que somente após sua reeleição assumiu a existência do
racionamento de água. Ainda que São Paulo enfrente uma anormalidade climática, há
dois anos chove abaixo da média, e o recado já fora dado na crise de 2002,
quando já deveria haver investimento na ampliação e manutenção do sistema de
abastecimento de água – somente em 2012 a cidade de São Paulo perdeu 36,3% da
água tratada pela Sabesp, de acordo com pesquisa feita pelo Instituto Trata
Brasil.
Mas esta omissão
vem seguida pela ganância das autoridades, que pode ser percebida nos diversos casos
de corrupção, levando a uma enfermidade da economia, assim ressaltada pelo Papa
Francisco: "Hoje em dia os mercados financeiros contam mais do que as pessoas é uma economia doente".
Por Mariana da Cruz Mascarenhas