sábado, 28 de abril de 2012

Análise da gestão Obama


Em ano de eleição presidencial nos EUA, a disputa entre republicanos e democratas vai se tornando mais acirrada à medida que se aproxima o período das votações. A vitória de um democrata para a presidência nas eleições de 2008 pode ter significado uma nova esperança para a população norte-americana. Ela viu no então vitorioso presidente Barack Obama uma chance de mudar algumas medidas já consolidadas no país, por exemplo, no que diz respeito às atividades de caráter bélico praticadas no Oriente Médio.

Não obstante, Obama entrou para os EUA com o azar de enfrentar um verdadeiro inimigo para sua gestão, que não assolava o país de forma tão grave desde a depressão econômica que atingiu a nação em 1929: a recessão econômica de 2008. Assim que Obama assumiu o poder, teve de encarar o desafio de promover medidas urgentes para a recuperação de várias empresas norte-americanas cujas economias foram totalmente prejudicadas, além de um crescimento incontrolável da taxa de desemprego.

Por se tratar de um problema de repercussão desastrosa para o país e para outras partes do mundo, a solução não se concretizaria de maneira fácil. Dito e feito, nestes anos da gestão Obama, a economia sofreu um grande abalo, deixando uma considerável parte da população norte-americana desempregada.

Com tais efeitos devastadores, a popularidade do presidente caiu, o que já indicava que ele teria ínfimas chances de se reeleger. No entanto, parece que os críticos se esqueceram de analisar que, por ser a maior potência econômica mundial, não é de se estranhar que uma forte crise econômica não causasse estragos de mesma proporção. O estranho é compartilhar da opinião que uma gestão de quatro anos é prazo suficiente para mostrar que o país iria se recuperar do estrago sofrido.

Talvez o crescente número de desempregos e empresas falidas tivesse contribuído para tal opinião, mas não devemos nos esquecer de que problemas de grande repercussão requerem soluções de longo prazo. Se, casualmente, propostas de curto prazo são formuladas, o problema pode até desaparecer por um tempo, mas, sem a eliminação de suas raízes, ele voltará a incomodar.

A questão é que, depois de um pouco mais de três anos de governo, a economia norte-americana lentamente principia a obter melhoras no crescimento e a taxa de desemprego diminui vagarosamente. Essas medidas foram resultado do pacote econômico de 831 bilhões de dólares que o governo injetou nas economias. Muito criticada, principalmente pelos republicanos, a medida de ajuda estatal adotada pelo presidente hoje começa a surtir efeito.

Portanto, seria lamentável que Barack Obama perdesse as eleições para os republicanos nesse momento de melhora da economia norte-americana e os créditos da recuperação econômica fossem destinados a um novo presidente republicano. Isso me faz lembrar o grande crescimento econômico do Brasil que contribuiu para o aumento da popularidade de Lula. Não tiro os créditos de nosso ex-presidente, mas abro parênteses para que tais créditos sejam divididos com a democratização de 1985, a estagnação da inflação e a abertura da economia brasileira que foram os verdadeiros pioneiros para o salto econômico brasileiro.

Por Mariana Mascarenhas

domingo, 22 de abril de 2012

Crescimento econômico de 2,7%: é pouco???



Há pouco tempo atrás o IBGE divulgou que o crescimento da economia brasileira foi de 2,7% em 2011. O aumento foi pouco considerando-se que em 2010 o crescimento econômico foi de 7,5%. No entanto, a economia brasileira ultrapassou a britânica e se tornou a sexta maior do mundo. Entre os diversos comentários feitos a respeito do assunto, alguns envolviam uma análise mais crítica do fato relatando que a grande diferença no crescimento econômico acarreta em um desempenho brasileiro bem abaixo do esperado e que o fator poderia ser prejudicial para o país, a ponto de ocasionar uma recessão econômica.

Abro um parênteses aqui para ressaltar que o crescimento econômico foi pequeno sim, mas apenas em termos de comparação com o ano anterior, pois, se levarmos em conta a situação da economia mundial, veremos que ela não se encontra em estado deteriorável.

O ano de 2011 foi um período em que grande parte dos países desenvolvidos foi assolada pela crise econômica e teve sua economia praticamente estagnada. Portanto, se tivéssemos assistindo a um crescimento econômico mundial de taxas elevadas, certamente poderíamos apontar o Brasil como um país que não obteve o desempenho esperado, mas, esse pouco crescimento se torna muito diante da estagnação de riquezas exteriores oriundas de países desenvolvidos. Uma economia que é a sexta maior do mundo e uma das que mais tem atraído os olhares estrangeiros não pode estar a beira de uma recessão.

Por Mariana Mascarenhas

domingo, 15 de abril de 2012

Fim do Banco Central?


Há um tempinho atrás eu me informei sobre um assunto que esteve presente nas mídias, se iniciou nos EUA e ganhou grande repercussão, inclusive no Brasil: trata-se da eliminação dos bancos centrais. Esta ideia vem sido defendida por muitos – inclusive por Ron Paul, que lançou o livro O Fim do Fed - como uma salvação para a situação econômica de modo que o intervencionismo estatal, ocasionado pela ajuda dos bancos centrais, prejudica a competitividade dos bancos e contribui para que eles possam conceder mais empréstimos com maior controle de juros, por exemplo, pois têm a garantia de reservas estatais caso haja uma deterioração da situação econômica. Fala-se muito em acabar com o banco central norte-americano, o Fed, pois ele ajudou a controlar a crise de 2008, mas, andam dizendo que se ele tivesse sido extinto antes, a crise nem surgiria, já que as instituições bancárias e financeiras não relaxariam nas concessões de empréstimos.

Abro um parênteses para destacar que tal questão é muito complexa e envolve a extinção de um meio que, quando necessário, precisa intervir para regular a economia de um país. Aproveito para deixar claro que a argumentação dos defensores do fim do banco central em razão do intervencionismo estatal e da redução de competitividade entre bancos é de grande relevância, mas acredito que se a solução precisa envolver maior comprometimento por parte das instituições privadas, por que não fazer isso de modo que as reservas estatais continuem a existir, mas sejam muito mais controladas dentro de um plano de austeridade imposta pelos bancos centrais?

Tudo bem que a crise de 2008 poderia ter tido suas chances amplamente reduzidas de ter ocorrido, caso não tivessem sido feitos tantos empréstimos, mas vivemos em um mundo onde, por mais que as instituições adotem medidas cautelosas e acelerem a competitividade entre elas, sem esperar a ajuda de reservas estatais, não estamos livres de uma crise no caso de quebra da economia.

Por isso, por mais precavidos que possamos ser, não ficamos totalmente blindados a sofrer uma recessão econômica e, se for adotada a ideia de extinção dos bancos centrais, o agravamento da situação certamente será muito pior ao que estamos vendo hoje. Assim sendo, concordo que uma redução desse intervencionismo estatal seja necessária, mas que ele se manifeste, no caso de uma grande catástrofe econômica, para que a economia não se deteriore de vez. O certo não é acabar com os bancos centrais e sim promover a adoção, por parte deles, de medidas mais austeras a fim de controlar a economia e prevenir o estouro de uma nova bolha.

Por Mariana Mascarenhas

Os novos milionários brasileiros de hoje


Recentemente a Veja publicou uma matéria em sua edição semanal relatando os números de brasileiros que estão se tornando milionários em intervalos de tempo cada vez menores. Hoje nosso país conta com cerca de 145000 pertencentes a essa classe de elevação social e dezenove outros se tornando milionários diariamente. Diante destes dados e com o que tenho observado atualmente, podemos dizer que estamos assistindo a uma mudança de grau bem relevante para entendermos o potencial desenvolvimento brasileiro que tem atraído os olhares estrangeiros.

Estamos saindo de um tempo em que era comum ouvirmos os cidadãos discernindo sobre a triste desigualdade social em que o rico cada vez ficava mais rico e o pobre mais pobre e, à medida que observávamos um brasileiro se tornando o novo milionário da vez, lamentávamos pelos outros cidadãos que continuariam a imergir em condições precárias de baixo desenvolvimento.

Hoje fazemos parte de uma nação que conseguiu, depois de longos anos, reduzir a desigualdade social (lógico que ainda há muito que fazer, mas destaco aqui o começo de uma mudança) e acelerar seu desenvolvimento econômico ocasionado pelo destaque do país com suas reservas econômicas, salários melhores e a ajuda da crise econômica mundial que atraiu investidores estrangeiros. Diante de tais circunstâncias, a população brasileira aumentou de forma acelerada o seu poder aquisitivo, o que contribuiu para o crescimento da classe C.

Este é o ponto a que me refiro o qual difere a atualidade da desigualdade de outrora, pois hoje todas as classes elevaram seu nível social. Graças à melhora acentuada da classe média, os empresários conseguem movimentar os seus negócios e enriquecê-los sem que para isso precisem explorar os mais pobres retirando-lhes seus recursos, pois, atualmente, todos estão se movimentando para melhor e contribuindo para uma nação mais capacitada para isso.

Destaco a parte que a análise que fiz se refere a uma mudança que começa a ganhar fôlego em nosso país com o surgimento de uma nova situação, mas deixo claro que tal texto não traz uma interpretação embutida de que não há mais desigualdade social e que os ricos não enriquecem a custa de exploração dos pobres. Infelizmente essa é uma realidade que perdurou por muito tempo no Brasil e ainda continua deixando raízes, mas trata-se de algo que vem diminuindo e dando lugar a um enriquecimento de ambas as classes sociais.

Por Mariana Mascarenhas

Debater economia é preciso!


Analisando Economia é um blog que pretende trazer os mais diversos assuntos ligados ao tema, tanto nacionais como internacionais. A ideia do blog surgiu quando comecei a publicar no facebook comentários sobre fatos econômicos divulgados semanalmente pela mídia, expressando meu ponto de vista a respeito de decisões tomadas pelo Brasil e por outros países para propor melhoras econômicas para a sociedade e a produtividade de cada nação, entre outros aspectos.

Após a constatação de que as postagens geravam debates e discussões que se estendiam pessoalmente, agregando informações e contribuindo para a troca de conhecimentos, resolvi criar este blog com a finalidade de dar continuidade à atividade realizada. Analisando Economia pretende trazer semanalmente alguns comentários feitos por mim sobre assuntos de caráter econômico que têm sido divulgados na mídia. Trata-se de uma forma de incentivar um círculo de debates sobre um assunto tão relevante para o desenvolvimento mundial, a fim de que todos possam compartilhar ideias e opiniões sobre os temas tratados.

Sejam bem-vindos!

Por Mariana Mascarenhas