Mais uma vez estamos no
mês de eleições, mas o fato é que, com o passar dos anos, entram e saem
governantes e um dos problemas enraizados na sociedade continua a nos
assombrar: o número de miseráveis existentes no Brasil.
Segundo o Instituto
Internacional de Investigação sobre Políticas Alimentares, cerca de 1 bilhão de
pessoas sofrem de desnutrição em todo o planeta. No Brasil, o número de cidadãos
que não se alimentam o suficiente corresponde a 3,4 milhões, segundo relatório
global sobre insegurança alimentar da ONU para alimentação e agricultura (FAO).
Apesar do país ter
conseguido reduzir até mais da
metade o número de desnutridos nas últimas duas décadas, de acordo com a FAO,
esse ainda é um dado expressivo ocasionado por um problema alarmante no país,
comparando regiões brasileiras de extrema pobreza com as mais
desenvolvidas: a desigualdade social.
O governo atual adotou
medidas que ajudaram na redução do número de miseráveis no país –
como é o caso do Bolsa Família que, segundo o governo, tirou 36 milhões de
brasileiros da miséria em 10 anos. Criado em 2003 na gestão do presidente Lula,
é um programa de transferência de renda para famílias em situação de pobreza ou
extrema pobreza, agregando programas sociais do governo anterior. Ele oferece até cerca de R$ 167 mensais para
famílias com renda per capita
entre R$70 e R$ 140.
Apesar dos benefícios
trazidos pelo programa, alguns críticos apontam o risco de produzir uma classe
de dependentes do Estado, acarretando mais custos para os cofres públicos, ao
invés de produzirem riquezas para a nação ingressando no mercado de trabalho. Todavia,
não se pode generalizar e há que se levar em consideração o fato de muitas pessoas
terem saído da miséria graças ao Bolsa Família, que obriga os filhos dos pais
assistidos a ingressarem na escola, incentivando assim a educação e ainda
contribuindo para uma ascensão
social ao reduzir a miséria, elevar o poder de compra populacional e movimentar
a economia.
Mas há muito que fazer: a deficiência do ensino público fomenta o grande
abismo ainda existente entre classes sociais. Sem contar que o problema
da fome continua perpetrado no Brasil e, como mostrado acima, em todo o mundo.
Cabe também a nós uma reflexão: o quanto podemos
ajudar no combate a este cenário. Afinal, será que,
enquanto milhões morrem subnutridos no mundo, nós damos o devido valor
ao alimento que chega a nossas mesas? Segundo
relatório da FAO, o mundo desperdiça 1,3 bilhão de toneladas de alimento por
ano. Esse dado já responde a questão.
Por Mariana da Cruz Mascarenhas
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