Ocorrida em
setembro de 2008, parece que foi ontem que os EUA sentiam na pele as
consequências de uma recessão econômica que levou o dólar à sua desvalorização.
Agora, passados cinco anos de crise, a nação norte-americana se recuperou da
queda e sua moeda está cada vez mais fortalecida. Apenas em agosto deste ano, o
dólar comercial chegou a ser cotado a 2,45 reais, registrando a maior alta desde
2008.
Sua alta
acumulada, somente nos últimos três meses, chegou a 20%, refletindo-se
negativamente sobre o Brasil a curto prazo em várias vertentes: na importação,
implicando em alto custo dos produtos importados e um peso muito maior no bolso
dos brasileiros, na alta inflacionária em razão dos maiores gastos
governamentais (para conter essa inflação, o Banco Central priorizou a elevação
dos juros por meio do aumento da taxa Selic) – todo este cenário contribui para
emperrar ainda mais o já estagnado PIB brasileiro, cuja estimativa de
crescimento está abaixo dos 2% – e o muito provável reajuste do preço dos
combustíveis brasileiros, já que a Petrobrás vem arcando com um grande aumento
do diesel e da gasolina estrangeiros, ainda não repassado aos consumidores
aqui.
Porém, analisando
a conjuntura econômica do Brasil, veremos que todo esse cenário pós-desvalorização
do real diante do dólar está mais ligado a fatores internos do que externos. Nos
últimos anos o governo fomentou o consumo interno, mas reduziu investimentos
imprescindíveis na produtividade e infraestrutura brasileira. Além disso,
quando o dólar estava desvalorizado, muitos setores nacionais investiram acima
de sua capacidade, estimulados também pela oferta de crédito e redução de
juros, contribuindo para contrair dívidas que agora apresentam resultados
alarmantes, cenário que espanta ainda mais os investidores estrangeiros.
Portanto, a
decolagem do dólar requer medidas urgentes no Brasil, como reforma estrutural e
aumento da produtividade. Privatizações para reforma no setor de transporte,
aliviando o caixa estatal, pode ser um bom começo para que o país consiga
ganhar fôlego.
Por Mariana da Cruz Mascarenhas
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