Entramos em 2014! Agora o governo terá de se desdobrar para
fomentar a realização da Copa, investir nos principais setores do país e ainda nas
famosas campanhas eleitorais para as eleições, também neste ano. Com desaceleração
da produtividade interna, aumento da inflação, recorde da Dívida Pública
Federal e um PIB crescendo em torno de 2%, o ano de 2013 certamente não foi dos
melhores para a economia nacional. Visando primeiramente a uma redução
inflacionária, o governo optou por aumentar em 10% a taxa básica de juros (Selic).
Em novembro, após permanecer três meses em aceleração, o Índice
Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) reduziu, trazendo um leve alívio
para o bolso dos consumidores, acarretando redução do custo de alimentos, como
o arroz e o feijão. Além da redução
inflacionária, a manutenção da taxa de desemprego em baixa, a queda da
inadimplência e a contenção de gastos por parte dos consumidores são fatores
que apontam uma luz no fim do túnel para o crescimento econômico. Todavia,
obstáculos não faltarão. A partir de agora, por exemplo, o Banco Central norte-americano,
Fed, deixará de injetar dinheiro público nos bancos estadunidenses, como vinha
fazendo desde a crise de 2008, pois acredita que os EUA já recuperaram fôlego
da recessão.
A medida poderá afetar o Brasil em dois prismas: deixando de
receber dinheiro estatal, os bancos dos EUA podem aumentar as taxas de juros e
resultar na elevação do dólar que encarecerá os produtos importados pelo Brasil,
podendo elevar novamente a inflação brasileira – a fim de amenizar este
problema, o Banco Central daqui já vinha adotando um programa de intervenção no
câmbio para conter a volatilidade do dólar. Outra consequência está no
afastamento dos investidores estrangeiros do nosso país, já que a recuperação
da crise pelos EUA acaba por fortalecer a moeda norte-americana e volta a
despertar o interesse de investidores, que deixarão de se interessar pela
economia brasileira com a desvalorização do real.
Enfim, em ano de eleição em que os governos habitualmente aumentam
gastos em benefícios sociais buscando votos, será preciso investir
exclusivamente no que for essencial e imprescindível – como infraestrutura,
produtividade, saúde, educação, segurança – a fim de não piorar a situação. É a
prova que política e economia não andam juntas.
Por Mariana da Cruz Mascarenhas
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