Entre os dias 12 e 15
de junho de 2013 foi realizada em São Paulo, no espaço do Expo Center Norte, a
22a ABF Franchising Expo, a maior feira de franquias do mundo, que
reuniu 470 expositores e pretendeu gerar 450 milhões de reais em novos
negócios, segundo a ABF (Associação Brasileira de Franchising), que também
afirma que o segundo dia de evento bateu recorde de público com 16.880
visitantes, 11% a mais que em 2012. De
acordo com a Associação, em 2012 o mercado de franquias registrou um
crescimento de 16,2% superior ao de 2011, totalizando um faturamento de 103
bilhões de reais.
Esses dados apenas
ilustram um cenário que ganha um formato cada vez mais concreto no Brasil: o
mercado de franquias certamente se tornou a “menina dos olhos” para muitos
brasileiros e também estrangeiros interessados em investir aqui no Brasil,
englobando principalmente uma parcela da população disposta a abrir mão do
emprego e arriscar ter o próprio negócio, pela primeira vez, almejando um
crescimento econômico e profissional muito mais promissor.
Diante da ascensão
social, especialmente da classe C, aumento de salários e do acesso de cidadãos
às escolas e universidades – ampliando as chances de entrarem no mercado de
trabalho para preencher vagas de melhor remuneração – elevou-se o número de
pessoas que se dizem preparadas para administrar o próprio negócio, com base no
portfólio e experiências adquiridas ao decorrer de suas trajetórias.
Além disso, o fato do
Brasil não ter sido tão afetado pela crise econômica de 2008, ao contrário de
muitas outras nações, permitiu que as condições econômicas do país fossem mais
favoráveis para que seus cidadãos pudessem investir no setor de franchising. Um fator que vale destacar
é que, em 2008, quando o Brasil sentiu os efeitos da crise apenas como uma
marolinha, segundo as palavras do ex-presidente Lula, a nação vivia um significativo crescimento econômico
perante os demais países.
Com o passar dos anos, foram se reduzindo as reservas econômicas
nacionais, uma das principais armas para blindar o Brasil da crise, e ao invés
do Governo Federal ter investido em produtividade para alavancar ainda mais as
engrenagens econômicas brasileiras, resolveu conter gastos, aumentar a oferta
de crédito e reduzir os juros bancários, facilitando o poder de compra.
Assim, a demanda – de consumo
principalmente – elevou-se significativamente. Resultado: a produtividade não
foi páreo para a procura e o menor número de produtos foi um dos responsáveis
pelo aumento da inflação que, por sua vez, afastou um relevante número de
consumidores brasileiros, muitos já endividados, que se viram obrigados a
reduzir seus gastos.
Sendo assim, o Brasil vive
atualmente um cenário bem distinto do que vivia há pouco tempo, quando era um
dos destaques mundiais por ter driblado a recessão de 2008. Agora a nação se
encontra com seu PIB praticamente estagnado e tentando se deslocar a passos de
tartaruga – o que não é “privilégio” apenas do Brasil, uma vez que a crise
contagia os principais mercados mundiais, quem tem um PIB necessário às suas
necessidades de crescimento configura-se uma exceção à regra.
Todavia, contrariando a direção da desaceleração econômica brasileira, o
mercado de franquias continua a crescer. Dados da ABF afirmam que há quase uma
década, ano a ano, o franchising tem
performance positiva diversas vezes superior ao desempenho do PIB nacional que,
em 2012, foi inferior a 1% (0,9%), conforme dados divulgados pelo IBGE,
enquanto o franchising cresceu 16,2%.
Vantagens
e desvantagens de abrir uma franquia
Se, diante da situação econômica atual, o franchising continua a ganhar um número cada vez maior de franqueados,
as respostas para essa repercussão do setor podem estar no fato de que muitos
deles se sentem mais encorajados a arriscar em novas oportunidades e não querem
passar a vida toda obedecendo ordens de um chefe.
Além disso, especialmente em São Paulo – que possui a maior concentração
de franquias do Brasil – o número de mulheres abrindo mão de serem mães ou
postergando a maternidade para bem mais tarde, por exemplo, e dispostas a
mergulhar de cabeça no mundo do empreendedorismo, compõem uma crescente parcela
da sociedade preocupada muito mais em garantir uma estabilidade econômica para
depois, se desejarem, constituir uma família.
E por que não abrir uma empresa autônoma?
Esse é um questionamento que também se enquadra como um dos motivos de
muitas pessoas terem interesse maior em abrir franquias do que abrir a própria
empresa, já que, ao contrário de uma companhia autônoma, a franquia é de uma
marca que já foi apresentada ao mercado e, na maioria das vezes, já está bem
consolidada, facilitando o trabalho do franqueado.
Todavia, principalmente por se tratar de uma empresa de marca conhecida,
e já que se trata de uma franquia, muitas pessoas acabam agindo por impulso,
acreditando que terão retorno de qualquer forma, mas é preciso estar atento a alguns
cuidados essenciais:
1 – Escolher uma marca
que realmente esteja de acordo com o perfil do franqueado é algo que sempre
deve ser levado em conta. Afinal, identificar-se com a atividade em que trabalha é essencial para fazer o
negócio deslanchar.
2 – Muitas pessoas, quando desejam entrar no mercado de franchising, não tem noção de como
administrar um negócio. É essencial coletar o máximo de informações possível e
procurar se inteirar de todos os termos e riscos envolvidos antes de fechar
qualquer contrato.
3 – É muito importante conversar com outros franqueados da marca em que
a pessoa atuará para saber o nível de satisfação deles e como é o suporte
oferecido aos franqueados pela empresa escolhida.
4 – Dê um passo de cada
vez e esteja sempre atento/a aos valores de investimentos apresentados pelos franqueadores.
Analise e planeje antes de acertar qualquer valor para ter a certeza que possui
disponível o capital para investir na franquia e se o lucro sobre o faturamento
bruto corresponderá às necessidades do franqueado e se será compensatório.
5 – Não se iluda achando que terá que investir apenas os valores
exigidos pela franquia. Uma das providências do investidor deverá ser pesquisar
e avaliar o capital de giro necessário que deverá dispor até que o negócio
“decole”.
6 – Esteja consciente da dedicação que deverá prestar ao negócio. Como
qualquer negócio, franquia exige 10% de inspiração e 90% de transpiração.
Muitos franqueados se dão mal porque acham que podem simplesmente abrir a loja
e imediatamente aparecerão clientes para garantir seu lucro.
Tomando as precauções
necessárias, os empreendedores terão apenas a ganhar neste amplo segmento do franchising, que engloba marcas que
exigem investimentos que variam cerca de 2 mil (as chamadas microfranquias,
cujo valor vão até 80 mil reais) a 2,5 milhões de reais. Um setor que só tem a trazer benefícios para a
economia do Brasil.
Por Mariana da Cruz Mascarenhas
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