Com a crise econômica
continuando a surtir efeitos prejudiciais principalmente entre as nações
desenvolvidas pertencentes à União Europeia, o Brasil sofre uma diminuição da
venda de seus produtos para o exterior, à
medida que a moeda nacional se valoriza mais de forma desproporcional em relação às moedas europeia
e norte-americana.
Diante de tais
circunstâncias externas, a economia brasileira tende a se prejudicar no âmbito
das relações exteriores, mas se fortalece conforme o país eleva sua
produtividade interna incentivando o consumo de seus produtos. Para que tal fato ocorra é necessário que o
Brasil estimule o avanço da produção com a entrada de maior capital oriundo do
dinheiro disponibilizado pelo governo e movimentado pelos próprios
trabalhadores. Para que estes possam aumentar seu poder de compra é necessário promover a queda da inflação, como vem ocorrendo
recentemente com as medidas adotadas pelo atual
governo.
No entanto,
a diminuição das taxas inflacionárias não foi suficiente para alimentar o
aumento de gastos realizados pelos consumidores brasileiros. Percebendo tal
situação, o governo, preocupado em estimular mais avanço econômico, resolveu
ampliar a oferta de crédito reduzindo os juros das instituições bancárias
estatais e a Selic – taxa básica de juros – como incentivo para que os bancos
privados adotassem as mesmas medidas em relação à concessão de empréstimos.
Sabemos que,
se a inflação é reduzida como forma de proporcionar o aumento do consumo e este
acaba não ocorrendo, acontecerá uma redução da entrada de capital interno no
país, em razão de baixas taxas acompanhadas de consumo reduzido. A fim de melhorar
a situação, o governo opta pela redução dos juros bancários, o que acarretará
na diminuição da entrada de dinheiro para as instituições bancárias e sua
movimentação monetária com o Banco Central (BC).
Se tanto a
redução inflacionária quanto a dos juros pode proporcionar diminuição de
capital, isso significa que esses dois termos devem andar de forma inversamente
proporcional, de modo que, se um se eleva, o outro precisa diminuir.
Neste momento pode surgir o pensamento de eu estar apresentando uma
ideia equivocada quanto à diminuição dos juros, visto que o objetivo desta
medida é simplesmente estimular os cidadãos a realizarem mais empréstimos para
aquecer o mercado consumidor. Porém, não basta reduzir a Selic para que as
instituições privadas também reduzam as taxas cobradas sobre os empréstimos, a
fim de evitar um aumento do spread ––
indicando que os bancos privados, ao solicitarem empréstimos ao BC, pagam uma
taxa de juros inferior à cobrada por eles sobre seus clientes, aumentando seus
lucros – fato duramente criticado pela presidente Dilma, que mostrou
descontentamento ao saber que, mesmo reduzindo a Selic, os bancos privados nada
fizeram para ofertar maior crédito.
Abro um parêntese aqui
para ressaltar que, na teoria, a ideia defendida pela nossa presidente não
deixa de estar certa, mas existem outros
fatores motivadores a não permitir que as instituições privadas reduzam seus
juros repentinamente como fizeram a Caixa Econômica Federal e o Banco do
Brasil.
Como estamos em um
período de constante crescimento da classe C, cujo poder aquisitivo vem se
elevando há um determinado tempo, houve um aumento da
oferta de financiamentos e, consequentemente, o número de pessoas a fazer
empréstimos aumentou, o que também acarretou no aumento da inadimplência e do
calote financeiro. Portanto é preciso agir com cautela antes de se conceder
ofertas de crédito, para evitar que a economia brasileira, em vez de alavancar,
sofra um retrocesso com uma possível queda das instituições bancárias.
Outro fator importante
é que o imposto cobrado pelo governo aos bancos não é baixo, o que dificulta
que eles reduzam os juros na concessão de empréstimos. Um terceiro aspecto
considerável para que o crédito não seja ofertado repentinamente se refere ao
grande número de depósitos compulsórios, dinheiro que os bancos precisam deixar
estacionado no BC como garantia.
Diante de
tais fatos e, antes que Dilma questione e critique o comportamento de bancos
privados, é necessário entender que a oferta de crédito precisa ser estimulada
pelo próprio governo, ao criar medidas mais propícias para a redução dos juros.
Em junho do ano passado, por exemplo, o governo sancionou uma lei que institui
o Cadastro Positivo. Trata-se de um registro de todos os pagamentos efetuados
pelos consumidores a fim de se ter um maior controle sobre o número de
inadimplentes, bem como os bons pagadores. O objetivo da lei é financiar, com
juros mais baixos, clientes que sempre estiveram em dia com seus débitos. Assim
os bancos teriam chances muito menores de sofrerem um calote. Entretanto, a lei
ainda não foi regulamentada, impedindo a adesão dos .
Portanto, podemos concluir que, se tomadas as devidas precauções, serão
medidas como essas que poderão contribuir para que a economia volte a operar
com maior força, de modo que ela não sofra nenhum retrocesso.
Por
Mariana Mascarenhas
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